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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Fifa quer o fim do direito à “meia-entrada” durante a Copa do Mundo



O Ministério dos Esportes em conjunto com a Federação Internacional de Futebol (FIFA) elaborou a minuta da Lei Geral da Copa, que estabelece, entre outras medidas administrativas e comerciais, o fim da meia-entrada para estudantes e idosos durante a Copa do Mundo 2014.

A minuta encontra-se em análise da Casa Civil. Segundo a assessoria da FIFA, a Copa do Mundo é um evento privado e não precisa respeitar as legislações nacionais. Para isso, inclusive, a FIFA exige do governo uma série de medidas provisórias que permitem o órgão de futebol fazer “sua própria lei”. Rumores dão conta que a federação também pedirá que seja alterada a lei brasileira que proíbe a venda de cerveja nos estádios de futebol, pois um dos patrocinadores é uma cervejaria.

Segundo estimativa da Consultoria Legislativa do Senado, a Copa do Mundo do Brasil vai custar R$ 64 bilhões aos cofres públicos (R7). Um evento privado financiado pelo dinheiro dos trabalhadores.

A meia-entrada é uma conquista histórica do movimento estudantil. Em 1940 foi a primeira vez que os estudantes conquistaram o benefício em eventos esportivos. A luta estudantil impôs leis nas esferas nacional, estadual e municipal. Hoje, o direito vale para qualquer evento cultural, educacional e esportivo, apesar de ser freqüente o descumprimento por parte dos empresários.

Pegando como base os valores cobrados no último mundial, os ingressos devem custar entre R$ 150,00 a R$ 1.500,00. Quase impossível para um estudante filho de trabalhador pagar!

Como se vê, a Copa do Mundo não tem sido construída para entretenimento dos trabalhadores, pelo contrário, tem sido pensada somente no lucro dos empresários. O preço dos ingressos e fim da meia-entrada é o primeiro obstáculo para deixar de fora os trabalhadores.

Contraditoriamente, o Ministro dos Esportes, Orlando Silva (PCdoB), foi presidente da UNE de 1995 a 1997. Novamente cabe a UNE e às organizações estudantis, desde já, entrarem em estado de mobilização e exigirem o fim imediato de qualquer especulação do fim da meia-entrada.


Fábio Ramirez

Fonte: http://juventudemarxista.blogspot.com/

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