Páginas

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Sobre a greve dos professores, nossa atuação.

Estava clara em nosso discurso pré-eleição uma de nossas principais lutas: “Lutar junto aos professores em suas reivindicações”. No ano de 2011 tivemos a oportunidade de, efetivamente, pôr essa proposta em prática. E não dispensamos tal oportunidade.

E é para apresentar nossa atuação e opinião perante a greve dos professores estaduais de 2011 que escrevo este post.

Embora entrar em detalhes sobre as etapas da greve possa parecer redundante para alguns (visto que os bravos professores que participaram da greve têm explicado a todos os estudantes o que ocorrera), pretendo informar o mínimo de detalhes necessários para que o texto se faça compreensível mesmo para os que não fazem a mínima ideia (maldita reforma ortográfica!) do que se passou nos últimos meses, mas ainda mantendo as coisas simples.

Embora iniciada em maio, a greve dos professores já era esperada muito antes. Atos anteriores ao início da mesma comprovam isso. O Grêmio Estudantil J.R., assim como a União Joinvilense dos Estudantes Secundaristas, participou primeiramente de um ato iniciado na Praça da Bandeira, no centro da cidade, dia 28 de abril, onde eu, presidente do Grêmio, comentei sobre o vale-alimentação (que, basicamente, não existe, é um valor em dinheiro não atualizado há dez anos, e que não é fornecido para dias não trabalhados, como os domingos e dias de atestado médico – doente não precisa comer?), e garanti o apoio do Grêmio no caso de uma possível greve. Que realmente ocorreu.

Não tivemos condições para enviar qualquer participante ativo do Grêmio às Assembleias (preciso reclamar da reforma ortográfica mais uma vez?) de Florianópolis, embora a UJES tenha feito tal papel em nome dos grêmios de toda a cidade. No entanto, procuramos participar ao máximo nos atos e assembleias locais.

A primeira assembleia que participamos, de 18 de maio, já dava a greve como iniciada. Reivindicações claras: o cumprimento da lei do Piso Salarial Nacional e a instituição da Hora-atividade em nosso estado. Após a assembleia, uma passeata nos levou ao terminal central, e ainda na tarde do mesmo dia, participamos de um ato integrado (lembrando que, neste ano, passamos por um período histórico, onde duas greves de funcionários públicos demonstraram simultaneamente os descontentamentos da classe trabalhadora) entre professores estaduais e servidores públicos municipais, da saúde e educação. Uma experiência única, a de participar de duas greves simultâneas. Que pergunte a um professor das redes estadual e municipal aquele que duvidar.

18 de maio fora um verdadeiro dia de luta, mas não o único. Em 31 de maio um ato nas instalações da Paróquia Senhor Bom Jesus, que uniu os grevistas de nosso bairro, nos permitiu convidar os professores para um Comando de Greve em nossa escola, previsto pelo Grêmio e pela UJES, para o dia seguinte. Comando que podemos catalogar como um sucesso.

Participamos ainda de assembleia seguida de ato em 3 de junho, e de mais alguns atos e assembleias terminando nossa participação ativa (enquanto Grêmio Estudantil, visto que UJES participara de outros atos, especialmente os de Florianópolis o qual, repito, não tivemos condições para comparecer) com a assembleia de primeiro de julho, quando dei minha palavra, mais uma vez, em defesa das lutas da greve. Tudo, naturalmente, sempre com apoio e presença da UJES.

Por fim, um detalhe: durante esta greve, muitos podres – que a TV não mostra – de nossos Governos, especialmente o do Estado, foram se tornando conhecidos. O primeiro deles trata do quanto o mesmo “respeita” a lei (como ao descontar salários de professores grevistas de forma irregular e tecnicamente ilegal, ou ao cortar/reduzir direitos há muito conquistados pelos professores – regência de classe, triênios, entre outros), mas existem muitos mais, como o desvio do dinheiro do FUNDEB, do qual pelo menos os 60% destinados ao pagamento de professores não tem paradeiro conhecido. Triste ver que temos líderes políticos, tanto do Executivo quanto do Legislativo que não prezam pela educação (talvez não prezem por nada muito além do dinheiro...), mas isto apenas mostra que precisamos lutar, e é para isso que o Grêmio Estudantil existe. Se concorda, junte-se a nós, participe ativamente. Se (ainda) não concorda, pense sobre isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário